sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Marlui Miranda - Olho D'água








01 - Vinho do Porto (Ana Maria Bahiana - Marlui Miranda)
02 - No Pilar (Jararaca)
03 - Pitanga (Capinan - Marlui Miranda)
04 - Estrela do Indaiá (Xico Chaves - Marlui Miranda)
05 - Olho d'água (Marlui Miranda)
06 - Marimbondo (Xico Chaves - Marlui Miranda)
07 - Grupo Krahó (Indios Krahó)
08 - Acorda Maria Bonita (Volta Seca)
09 - Herculano (Xico Chaves - Marlui Miranda)
10 - Sodade meu bem, sodade (Zé do Norte)
11 - Calypso (Geraldo Carneiro - Egberto Gismonti)

Músicos
Grupo "Academia de Danças":
Zeca Assumpção, Zé Eduardo Nazário, Mauro Senise, Egberto Gismonti, Marlui Miranda

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"A família de Marlui Miranda sempre teve com a música uma relação de prazer. Sua mãe, sem nunca ter estudado ou mesmo tocado violão, foi quem afinou pela primeira vez o instrumento que Marlui havia ganho. Nesta época a família ainda morava em Fortaleza, onde Marlui nasceu em 1949. Quando tinha 5 anos, mudaram-se para o Rio de Janeiro, a partir de onde o pai, engenheiro, resolveu encarar o desafio de ajudar a construir Brasília. Era 1959.

Marlui começou a estudar violão no ginásio, em meio à efervescência cultural. Já na faculdade de Arquitetura, ela começou a freqüentar as reuniões que traziam à Brasília nomes como
Jacob do Bandolim e Victor Assis Brasil. A música instrumental despertou em Marlui o gosto pela composição. O canto ficou escondido pela timidez. Apesar disso, em 68 ela ganhou o 1º prêmio como intérprete e compositora no Festival Estudantil da Universidade de Brasília. Marlui deixou a universidade e foi para o Rio disposta a viver de música.

Começou a cantar com
Egberto Gismonti e através dele conheceu Taiguara, com quem viajou por todo Brasil fazendo shows como guitarrista do grupo que o acompanhava. Em meados de da década de 70 Marlui começou a estudar violão clássico com Jodacil Damasceno e Turíbio Santos. Passou a cantar e tocar violão com Jards Macalé e teve uma música sua, "Airecillos" , gravada por Ney Matogrosso no LP "Bandido".

Marlui também organizou, junto com o poeta
Xico Chaves, o projeto "Circuito Aberto de MPB", realizado no Teatro Gil Vicente, Rio de Janeiro, e reunia novos artistas que tentavam vencer aqueles tempos difíceis de sufoco e censura dos anos 70. Depois de muitos shows como este, surgiu uma grande oportunidade: Marlui foi convidada pelo amigo Egberto a participar de seu grupo Academia de Danças. Foram mais de dois anos de excursões pelo Brasil, em apresentações onde Marlui cantava e tocava violão, percussão e cavaquinho.

Em 78 fez a sua primeira viagem a Rondônia e , em 79, lançou pela gravadora Continental seu primeiro LP, "
Olho D'água". Gravado e mixado em apenas uma semana, o LP foi saudado com grande entusiasmo pela crítica. O ano seguinte foi uma maratona de shows pelo Brasil e um desejo de se aprofundar no conhecimento da música indígena , uma necessidade de pesquisa e reflexão.

Em 81, em companhia de seu companheiro, o fotógrafo Marcos Santilli, Marlui
partiu para uma viagem de seis meses pelo rio Guaporé, Mamoré, Pacas Novas e tantos outros, todos em Rondônia, numa cuidadosa pesquisa e documentação de hábitos e músicas de índios e seringueiros, estabelecendo uma relação de objetividade com a natureza do lugar. Observando a relação do homem com aquele meio, Marlui aprendeu na prática a relacionar os fenômenos locais como parte de um todo e passou também a sentir necessidade de preservar o repertório musical daquele povo.

De volta a São Paulo, onde já vivia desde 78, Marlui preparou, gravou e finalmente lançou em 83 o segundo LP "
Revivência". Já em esquema independente, contando com sua própria produtora, "Memória Discos e Edições", "Revivência" foi o primeiro resultado deste contato de Marlui com um Brasil geralmente esquecido e entregue à própria sorte. O segundo resultado das andanças de Marlui e Marcos Santilli foi a produção do LP " Paiter Merewá", com músicas feitas e cantadas pelos índios Suruís, de Rondônia. Esse Lp foi lançado em 85 e antes disso Marlui esteve envolvida na composição das trilhas sonoras dos filmes "Jarí" de Jorge Bodanszki e "Povo da Lua, Povo de Sangue", de Cláudio Andujar.

No final de 85 Marlui entrou em estúdio para gravar "
Rio Acima ", LP que traz canções que nos remetem mais uma vez a um vasto e desconhecido país chamado Brasil. Marlui ganhou uma bolsa da John Simon Guggenheim Memorial Foundation para continuar a desenvolver seu projeto de recriação da música indígena da Amazônia Brasileira. Antes de ser um compromisso de trabalho, trata-se da certeza de um prolongamento de prazer e alegria. Afinal, o único compromisso da música de Marlui Miranda é com a qualidade." Márcio Gaspar (trechos do encarte do disco "Rio Acima" de Marlui Miranda)

Sem pesadelo: Ao Sonho!





Pitanga

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